quarta-feira, 8 de março de 2017

DURANTE DÉCADAS A ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A COMPREENSÃO DE ESTATURA BAIXA E ESTATURA ALTA TEM SIDO CENTRADA NO FATOR DE CRESCIMENTO-I (IGF-I) DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH). AS CRIANÇAS CRESCERAM MAIS ALTO, PENSOU-SE, PRINCIPALMENTE PORQUE A GLÂNDULA PITUITÁRIA (HIPÓFISE) PRODUZ GH, QUE ESTIMULA O FÍGADO A PRODUZIR IGF-I DE CRESCIMENTO-I, O QUE FAZ COM QUE AS CRIANÇAS CRESÇAM EM ALTURA. FISIOLOGIA–ENDOCRINOLOGIA–NEUROCIÊNCIA-ENDOCRINA (NEUROENDOCRINOLOGIA) – GENÉTICA–ENDÓCRINO-PEDIATRIA (SUBDIVISÃO DA ENDOCRINOLOGIA): DR. JOÃO SANTOS CAIO JR. ET DRA. HENRIQUETA VERLANGIERI CAIO.

Durante décadas, a estrutura conceitual para a compreensão de estatura baixa e estatura alta tem sido centrada no fator de crescimento-I (IGF-I) do hormônio do crescimento (GH). 


As crianças cresceram mais altas, pensou-se, principalmente porque a glândula pituitária produz GH, que estimula o fígado a produzir IGF-I, o que faz com que as crianças cresçam em altura. Essa mentalidade era bastante compreensível historicamente porque o papel do eixo GH-IGF-I no crescimento ósseo longitudinal foi descoberto nos anos 50, e a medição desses dois fatores circulantes, GH e IGF-I, foi prontamente realizado por radioimunoensaio que recebeu o prêmio Nobel, Rosalyn Sussman Yalow (19 de julho de 1921 - 30 de maio de 2011) foi físico americano e com-vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1977 (em conjunto com Roger Guillemin e Andrew Schally) pelo desenvolvimento do radioimunoensaio (RIA). 


Ela foi a segunda mulher americana a receber o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina depois de Gerty Cori. Durante os anos 1960 e 1970, respectivamente, e também porque o tratamento com GH tem sido a principal abordagem terapêutica disponível para o tratamento de baixa estatura. Com base nesse paradigma, a baixa estatura foi às vezes dividida em defeitos dentro do sistema GH-IGF-I versus aqueles fora do eixo. 


(1)Este pensamento também tendeu a dominar nossas especulações sobre as causas da baixa estatura idiopática; 

(2) deficiência primária de IGF (baixo IGF-I no soro com secreção GH normal),

(3) resistência ao IGF e

(4) deficiência de IGF secundária (devido a alterações sutis da secreção de GH) e "outras causas". 


Da mesma forma, tem sido sugerido que a variação normal na altura na população geral é devido à sutil modulação do eixo GH-IGF-I, portanto, consequentemente, o crescimento normal em crianças depende não apenas da secreção GH e de IGF-I, mas de múltiplos hormônios, fatores parácrinos, moléculas da matriz extracelular e proteínas intracelulares que regulam os condrócitos da placa de crescimento. As mutações nos genes que codificam muitas destas proteínas locais causam baixa estatura ou estatura alta. 


Analogamente, estudos de associação a todo o genoma revelaram que a variação normal em altura parece ser devida em grande parte a genes fora do eixo GH-IGF-I que afetam o crescimento na placa de crescimento através de uma grande variedade de mecanismos. Esses achados apontam para uma nova estrutura conceitual para a compreensão da estatura curta (pequena) e alta, que não está centrada em dois hormônios específicos, mas sim na placa de crescimento, a estrutura responsável pelo ganho de altura. 


Isso não quer dizer que o eixo GH-IGF-I não tenham uma importante ação sobre o crescimento de crianças, infantis, juvenis, adolescentes, pré-púberes, mas as funções parácrinas especificamente envolvidas na cartilagem de crescimento (placa de crescimento) tem um papel extraordinário no crescimento de estatura baixa e estatura alta, situação que nunca foi clara até pouquíssimo tempo. Juntos, a biologia básica e estudos genéticos clínicos têm sinergicamente expandido nossa visão da fisiologia do crescimento infantil e fisiopatologia de crianças, adolescentes no que diz respeito ao crescimento. 


Vários hormônios e citocinas regulam diretamente a função da placa de crescimento além de GH e IGF-I, vários outros hormônios regulam o crescimento linear, incluindo o hormônio da tireóide, os glicocorticóides produzidos pelo nosso organismo, os estrogênios e os andrógenos. Há evidências de que cada um desses fatores endócrinos regulares o crescimento em parte por uma ação direta sobre a placa de crescimento. 


Por exemplo, a infusão de dexametasona, um glicocorticóide sintético, diretamente na placa de crescimento provoca a desaceleração local do crescimento naquela placa de crescimento e a adição de dexametasona ao meio de cultura retarda o crescimento de ossos metatársicos fetais cultivados. As características dos hormônios sintéticos não são semelhantes em sua estrutura, aos produzidos pelo nosso organismo, embora algumas ações fossem próximas, mas não idênticas as dos humanos. 


Clinicamente, o tratamento com GH pode compensar parcialmente uma dose baixa de glicocorticóide, melhorando o crescimento linear, mas tem pouco efeito em altas concentrações de glicocorticóides. Da mesma forma, há evidências de efeitos diretos do hormônio tireoidiano, andrógeno e estrogênio. Além disso, há interação entre esses sistemas hormonais. 


Por exemplo, os glicocorticóides têm efeitos complexos na produção de GH e inibem a produção de hormônios da tireóide. O estrogênio tem efeitos complexos sobre a placa de crescimento, não só alterando a taxa de crescimento, mas também acelerando a perda de células progenitoras na zona de repouso e assim acelerando o programa de desenvolvimento da senescência (envelhecimento precoce) da placa de crescimento, causando a cessação precoce do crescimento, a menos que se utilizem inibidores da aromatase.

Dr. João Santos Caio Jr.
Endocrinologia – Neurocientista-Endócrino
CRM 20611

Dra. Henriqueta V. Caio
Endocrinologista – Medicina Interna
CRM 28930

COMO SABER MAIS:
1. Citocinas pró-inflamatórias podem estimular o eixo HPA – hipotálamo – pituitária - adrenal; por outro lado, o cortisol diminui a produção de citocinas e de outros mediadores inflamatórios...
http://tireoidecontrolada.blogspot.com

2. Portanto, é evidente que existe uma disfonia entre o eixo HPA – hipotálamo – pituitária - adrenal e a resposta inflamatória; isto pode estar relacionado com o papel das alterações do eixo HPA – hipotálamo – pituitária - adrenal no desenvolvimento da obesidade...
http://hipotireoidismosubclinico2.blogspot.com

3. Um estudo recente relatou que um IMC mais elevado foi associado com diminuição da ação anti-inflamatória dos glicocorticóides. No entanto, a natureza destas relações permanece indeterminada...
http://hipotireoidismosubclinico2.blogspot.com

AUTORIZADO O USO DOS DIREITOS AUTORAIS COM CITAÇÃO
DOS AUTORES PROSPECTIVOS ET REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.

Referências Bibliográficas:
Caio Jr., Dr. João Santos. Endocrinologista – Neuroendocrinologista e Dra. Caio, Henriqueta V. Endocrinologista – Medicina Interna, Van Der Häägen Brasil – São Paulo – Brasil; Rosenfeld RG. The molecular basis of idiopathic short stature. Growth Horm IGF Res. 2005;15(Suppl A):S3–5; Wit JM, Clayton PE, Rogol AD, Savage MO, Saenger PH, Cohen P. Idiopathic short stature: definition, epidemiology, and diagnostic evaluation. Growth hormone & IGF research: official journal of the Growth Hormone Research Society and the International IGF Research Society. 2008;18(2):89–110; Codner E, Mericq MV, Maheshwari HG, et al. Relationship between serum growth hormone binding protein levels and height in young men. Journal of pediatric endocrinology & metabolism: JPEM. 2000;13(7):887–92; Gill MS, Thalange NK, Foster PJ, et al. Regular fluctuations in growth hormone (GH) release determine normal human growth. Growth hormone & IGF research: official journal of the Growth Hormone Research Society and the International IGF Research Society. 1999;9(2):114–22; Sisley S, Trujillo MV, Khoury J, Backeljauw P. Low incidence of pathology detection and high cost of screening in the evaluation of asymptomatic short children. The Journal of pediatrics. 2013;163(4):1045–51; Dauber A, Rosenfeld RG, Hirschhorn JN. Genetic Evaluation of Short Stature. The Journal of clinical endocrinology and metabolism. 2014:jc20141506; Stanley TL, Levitsky LL, Grinspoon SK, Misra M. Effect of body mass index on peak growth hormone response to provocative testing in children with short stature. The Journal of clinical endocrinology and metabolism. 2009;94(12):4875–81; Marin G, Domene HM, Barnes KM, Blackwell BJ, Cassorla FG, Cutler GB., Jr The effects of estrogen priming and puberty on the growth hormone response to standardized treadmill exercise and arginine-insulin in normal girls and boys. The Journal of clinical endocrinology and metabolism. 1994;79(2):537–41.
Contato:
Fones: (11)2371-3337/ 5572-4848 ou 98197-4706 TIM
Rua: Estela, 515 – Bloco D -12ºandar - Conj 121/122
Paraiso - São Paulo - SP - Cep 04011-002
e-mails: vanderhaagenbrasil@gmail.com

Site Clinicas Caio
http://drcaiojr.site.med.br/
http://dracaio.site.med.br/

Site Van Der Häägen Brazil
www.vanderhaagenbrazil.com.br

Instagram
https://instagram.com/clinicascaio/

Google Maps:
http://maps.google.com.br/maps/ms?hl=pt-br&ie=UTF8&msa=0&msid=104690649852646187590.0004949cd4737b76430ff&ll=-23.578381,-46.645637&spn=0.001337,0.002626&z=17